Qual o melhor adubo para cactos?
- Amanda Carneiro Gutierrez
- 9 de out.
- 17 min de leitura

Os cactos são famosos por sua resistência e baixa manutenção, mas isso não significa que podemos negligenciar a nutrição deles. Mesmo em solos áridos, essas plantas obtêm nutrientes da matéria orgânica em decomposição. Em cultivo doméstico, especialmente em vasos, essa reposição natural é limitada, então fornecer um adubo para cactos adequado faz toda a diferença. Um cacto bem nutrido tende a crescer de forma equilibrada, apresentar cores mais vibrantes, maior resistência a pragas e até produzir flores mais abundantes. Neste artigo, você vai descobrir qual o melhor adubo para cactos, entendendo as necessidades nutricionais dessas plantas, as diferenças entre adubos orgânicos, químicos e de liberação lenta, comparando os principais tipos e marcas disponíveis, além de conferir dicas práticas sobre como, quando e com que frequência adubar. Também veremos erros comuns a evitar e, no final, uma seção de Perguntas Frequentes (FAQ) para tirar as principais dúvidas sobre adubação de cactos. Vamos lá!
Necessidades Nutricionais dos Cactos
Embora sejam originários de ambientes com solos pobres, os cactos precisam de nutrientes essenciais para se desenvolverem plenamente. Em seu habitat natural, eles obtêm pequenas doses de macronutrientes (Nitrogênio, Fósforo e Potássio, o famoso NPK) e micronutrientes a partir de matéria orgânica presente na areia e rochas. Já em vasos ou jardins, esses nutrientes se esgotam com o tempo, e cabe a nós repô-los.
Nitrogênio (N): fundamental para o crescimento de novos tecidos (brotações, clorofila). Em excesso, porém, pode causar crescimento muito rápido e “aguado”, deixando o cacto fraco e suscetível a pragas e apodrecimento. Por isso, cactos não gostam de adubações ricas demais em nitrogênio.
Fósforo (P): auxilia no desenvolvimento de raízes fortes e estimula a floração. É especialmente importante para espécies que dão flor – cactos bem nutridos com fósforo tendem a florescer mais e melhor.
Potássio (K): contribui para a saúde geral da planta, resistência a doenças, robustez dos tecidos e armazenamento de água. Ajuda o cacto a ficar mais resistente a condições adversas (frio, pragas, etc.).
Além desses, micronutrientes como cálcio, magnésio, zinco, ferro, entre outros, também são importantes em menores quantidades para processos metabólicos. Um bom fertilizante para cactos geralmente contém um balanço de NPK equilibrado ou com proporção menor de nitrogênio, além de micronutrientes adicionados. Por exemplo, muitos cultivadores recomendam fórmulas específicas como NPK 2-7-7 (baixo N, alto P e K) para cactos e suculentas. Essas fórmulas de baixo nitrogênio evitam crescimento desproporcional e estimulam raízes fortes e florações vigorosas. Já um fertilizante balanceado como o 10-10-10 pode ser usado de forma bem diluída em cactos estabelecidos, fornecendo nutrientes de maneira uniforme. Em fases de floração, muitos cultivadores optam por fertilizantes com menos nitrogênio e mais fósforo e potássio, como um NPK 4-14-8, justamente para não forçar um crescimento vegetativo excessivo e focar na produção de flores.
Resumindo: cactos não são “comedores vorazes” como outras plantas de jardim – eles evoluíram para aproveitar poucos nutrientes – mas adubações leves e periódicas durante a época de crescimento garantem um crescimento saudável, cores mais vivas e maior possibilidade de floração. O segredo está em fornecer os nutrientes certos, na quantidade certa e na época certa.
Tipos de Adubo para Cactos
Quando se trata de fertilizante para cactos, há três categorias principais: orgânico, químico (inorgânico) e de liberação lenta. Cada tipo tem características próprias, com vantagens e desvantagens. A seguir, explicamos cada um e como eles se encaixam no cultivo de cactos.
Adubo Orgânico para Cactos
Os adubos orgânicos são aqueles de origem natural, derivados da decomposição de matéria orgânica – por exemplo, esterco curtido de animais, húmus de minhoca (composto de minhocas) ou compostos vegetais caseiros. Esses fertilizantes liberam os nutrientes de forma lenta e gradual conforme vão se decompondo no solo. Isso é ideal para os cactos, pois reduz o risco de fornecer nutrientes em excesso de uma só vez e queimar as raízes sensíveis. Outra vantagem é que melhoram a estrutura do solo: aditivos orgânicos deixam o substrato mais aerado e rico em matéria orgânica benéfica, o que favorece o enraizamento saudável.
Vantagens: É um método natural e sustentável de nutrir seus cactos, sem riscos químicos. Há menor probabilidade de superdosagem – por liberarem nutrientes aos poucos, os orgânicos evitam “choque” nutricional. Além disso, contribuem para a vida microbiana do solo e geralmente não acumulam sais que possam prejudicar a planta.
Desvantagens: Podem ter odor forte (dependendo do material usado, como alguns estercos). A liberação lenta demaispode não atender plenamente cactos em fase de crescimento acelerado ou espécies muito exigentes – ou seja, o efeito demora a aparecer. Outro ponto de atenção é que alguns adubos orgânicos deixam o solo mais úmido ou denso (por exemplo, excesso de húmus de minhoca retém umidade), e lembre-se que cactos gostam de substrato bem drenado. Portanto, use matéria orgânica com moderação e sempre combinada a materiais drenantes no solo.
Exemplos de adubo orgânico: húmus de minhoca (facilmente encontrado em lojas de jardinagem), esterco bovino ou de aves bem curtido (sempre use esterco já curtido para não “queimar” a planta), farinha de osso e torta de mamona (fontes orgânicas de fósforo e nitrogênio, respectivamente, mas use com cuidado). Também existe o Bokashi, um composto fermentado muito utilizado para suculentas e hortas, que fornece nutrientes e microorganismos benéficos. Esses adubos podem ser incorporados levemente à superfície do substrato ou misturados na terra na hora do plantio.
Adubo Químico (Mineral) para Cactos
Os adubos químicos (ou minerais/sintéticos) são fertilizantes industrializados, que contêm nutrientes concentrados em formas inorgânicas prontamente absorvíveis. Geralmente vêm formulados em proporções específicas de NPK, além de micronutrientes quelatizados. A grande vantagem desse tipo de adubo é a ação rápida: eles disponibilizam nutrientes quase imediatamente após a aplicação, dando um “impulso” rápido no crescimento da planta. Também são fáceis de encontrar (qualquer garden center vende NPK granulado ou líquido) e costumam ter preço acessível em relação à concentração de nutrientes oferecida.
Vantagens: Eficiência e rapidez – se seu cacto precisa de um reforço nutricional imediato, o adubo químico é o mais indicado. É prático para dosar os nutrientes exatos que você deseja fornecer (por exemplo, um NPK 10-10-10 fornece partes iguais de cada macronutriente). Muitos vêm em formulações solúveis em água, o que facilita aplicar regando a planta.
Desvantagens: O risco de superadubação é maior. Como são nutrientes concentrados, se usar em excesso ou na dosagem errada, podem queimar as raízes e causar danos severos ao cacto. O uso contínuo e exagerado de fertilizantes químicos também pode levar ao acúmulo de sais no substrato, prejudicando a absorção de água pela planta. Além disso, esses produtos não melhoram a estrutura do solo como os orgânicos – alguns até podem degradá-la a longo prazo, matando micro-organismos benéficos. Do ponto de vista ambiental, sua produção não é tão sustentável e o excesso pode contaminar a água do solo.
Exemplos de adubo químico: fertilizantes granulados NPK de liberação imediata (como um 04-14-08 ou 10-10-10 comum, aplicados diluídos na água de rega), fertilizantes líquidos para suculentas e cactos vendidos em lojas (por exemplo, Forth Cactos líquido, um fertilizante organomineral equilibrado específico para cactos, aplicado via rega a cada 15 dias), ou ainda fertilizantes foliares (menos comuns para cactos, mas existem formulações para pulverizar nas plantas). No Brasil, há produtos específicos rotulados para cactos e suculentas – um deles é o Nutriplan Cactos e Suculentas (fertilizante mineral misto farelado, NPK 8-9-9 com micronutrientes como cálcio, magnésio, enxofre, cobre, boro, etc.). Outra opção conhecida é o Dimy 04-14-08 granulado, usado em diversas plantas para incentivar floração e enraizamento, que também pode ser utilizado com moderação em cactos na época de floração. Sempre siga as instruções do rótulo quanto à dose e diluição – normalmente recomendam diluir uma certa colher dosadora em litro(s) de água e regar o substrato, evitando contato direto com o caule/planta.
Adubo de Liberação Lenta
Os adubos de liberação lenta (ou controlada) combinam um pouco dos dois mundos: geralmente são adubos químicos envolvidos por uma cápsula ou matriz que dissolve devagar, liberando os nutrientes aos poucos por meses. Eles vêm em forma de grânulos, pelotas ou bastões que você coloca no substrato. Conforme você rega o vaso, eles vão soltando pequenas doses de NPK gradualmente. Isso mantém uma nutrição constante e reduz muito o risco de superadubação, já que não há pico de concentração de nutrientes.
Vantagens: Praticidade – você aplica uma vez e ele alimenta a planta por meses. Por liberar nutrientes gradualmente, o cacto recebe um suprimento equilibrado e contínuo, evitando tanto deficiências quanto excessos. É uma ótima opção para quem esquece de adubar com frequência ou vai viajar e deixar as plantas sozinhas. Também diminui a chance de queimadura de raiz, pois dificilmente libera grandes doses de uma vez.
Desvantagens: O efeito não é imediato; se o seu cacto estiver claramente precisando de nutrientes, um adubo de liberação lenta pode demorar semanas para surtir efeito total. Eles tendem a ser um pouco mais caros que adubos comuns, pelo processo de encapsulamento e tecnologia envolvida. Além disso, você precisa enterrar ou misturar os grânulos no solo – se apenas colocados na superfície sem contato, podem não funcionar corretamente.
Exemplos: O Osmocote é um dos mais conhecidos – granulado com resina que libera nutrientes por cerca de 3 a 4 meses. Há também o Basacote, de liberação mais longa (pode durar ~6 a 8 meses). Esses produtos são amplamente usados internacionalmente no cultivo de suculentas. No mercado brasileiro, é possível encontrar bastões fertilizantes de lenta liberação (basta espetar alguns no vaso, conforme indicado na embalagem, e eles vão se dissolvendo aos poucos). Alguns substratos próprios para cactos já vêm com pequenas quantidades de adubo de liberação lenta misturado – verifique na embalagem. De qualquer forma, sempre observe o tempo de duração informado pelo fabricante e marque lembretes
para repor o adubo após esse período.
Qual deles é o melhor?
A escolha do melhor adubo para cactos vai depender de vários fatores: o tipo de cacto que você cultiva, o estágio de crescimento, o tamanho do vaso, sua rotina de cuidados e preferências pessoais. Em geral, cultivadores iniciantes se dão bem com adubos orgânicos ou de liberação lenta, pois são opções mais seguras e com menor risco de erros. Por exemplo, misturar um pouco de húmus de minhoca no substrato ou aplicar umas bolinhas de osmocote na superfície do vaso oferece nutrição equilibrada sem muita chance de exagero.
Por outro lado, se você busca resultados mais rápidos no crescimento ou floração, pode recorrer aos adubos químicossolúveis, desde que use com cuidado. Isso significa diluir bem o produto em água e nunca ultrapassar as doses recomendadas pelo fabricante. Uma estratégia comum é usar a metade da dose indicada na embalagem, já que cactos preferem menos adubo do que a maioria das plantas. Lembre-se: com cactos, é melhor pecar pela falta do que pelo excesso quando o assunto é fertilização.
Em resumo, adubos orgânicos e de liberação lenta são ideais para manutenção rotineira e segura, enquanto adubos químicos podem ser introduzidos ocasionalmente para dar um “boost” no crescimento ou flores, contanto que usados com parcimônia. Muitos cultivadores experientes acabam combinando abordagens – por exemplo, usam um pouco de adubo orgânico no solo e, na primavera, dão uma ou duas regas com adubo químico diluído para estimular flores. Vá observando seus cactos e encontre a melhor estratégia para eles (e para você).
Como, Quando e com que Frequência Adubar Cactos
Saber como e quando adubar é tão importante quanto escolher o produto certo. Cactos têm um ritmo diferente de plantas tropicais: eles crescem mais na primavera e verão e muitas espécies entram em dormência no inverno. Portanto, a adubação deve acompanhar esse ciclo natural.
Quando adubar: O período ideal de adubação é durante a primavera e o verão, quando os cactos estão em pleno crescimento ativo. Temperaturas mais altas e dias mais longos estimulam o metabolismo da planta, que conseguirá aproveitar bem os nutrientes fornecidos. No outono, deve-se reduzir gradativamente a adubação, e no inverno geralmente suspender totalmente, pois a maioria dos cactos está em dormência e não irá usar o adubo (pior: adubar no frio e com solo úmido pode apodrecer raízes). Uma dica internacional é iniciar a primeira adubação da primavera quando as temperaturas começarem a subir e você notar os primeiros sinais de novos brotos. Já no fim do verão/início do outono, faça a última adubação e então dê um descanso nutritivo às plantas para elas se prepararem para o inverno.
Frequência de adubação: Depende do tipo de adubo utilizado e da fórmula. Em linhas gerais:
Adubo orgânico: aplicações mais espaçadas, pois ele permanece no solo por mais tempo. Pode ser reaplicado a cada 2 ou 3 meses durante a época de crescimento. Por exemplo, você pode misturar húmus de minhoca superficialmente no vaso no início da primavera, repetir no meio do verão e no início do outono (se a espécie não entrar em dormência no calor).
Adubo químico solúvel: costuma-se adubar com mais frequência, porém em doses bem baixas. A recomendação comum é adubar a cada 15 dias a 1 mês com solução nutritiva diluída, na primavera-verão. Alguns cultivadores preferem doses ainda menores a cada rega mensal. Sempre leia o rótulo; se indicar, por exemplo, diluir 5 ml por litro de água mensalmente, siga essa orientação. Se ficar em dúvida, comece com uma vez por mês.
Adubo de liberação lenta: a frequência é definida pela longevidade do produto. Em geral, uma aplicação desses grânulos dura 3 a 6 meses no substrato. Ou seja, você aduba no início da primavera e só repõe no fim do verão, por exemplo. Novamente, cheque a embalagem – produtos diferentes têm durações diferentes (há cápsulas de 9 meses, por exemplo). Uma boa prática é anotar a data em que colocou o adubo de liberação lenta e a previsão de repor, para não esquecer.
Como adubar corretamente: A aplicação do adubo também requer alguns cuidados simples, porém importantes, para não danificar seu cacto:
Sempre adube com o solo levemente úmido: nunca coloque fertilizante químico no substrato completamente seco, pois a concentração de sais pode queimar as raízes. O ideal é regar um pouco o cacto antes, esperar alguns minutos a água drenar, e então aplicar a solução fertilizante. No caso de adubo granulado ou orgânico sólido, aplique e depois regue moderadamente para ativar a liberação.
Dilua e dosifique corretamente: parece óbvio, mas muita gente erra a mão. Siga rigorosamente a dose indicada pelo fabricante do fertilizante. Se a recomendação for, por exemplo, 1 colher de chá por litro, não pense que “mais vai ser melhor” – pelo contrário, excesso de adubo prejudica em vez de ajudar. Na dúvida, use metade da dose recomendada na primeira vez e observe a resposta do seu cacto.
Evite contato com a planta: ao adubar, procure colocar o fertilizante no substrato, e não sobre o corpo do cacto. Fertilizantes concentrados, se caírem sobre o caule ou espinhos, podem causar manchas ou queimaduras. Ao usar adubo líquido, despeje a solução na terra, ao redor da planta, evitando encharcar o cacto em si. Se usar adubo granulado, “espete” ou misture os grãos levemente na terra, a alguns centímetros de distância do caule do cacto, para não ficar tudo acumulado perto do colo da planta.
Após adubar, monitore a rega: alguns fertilizantes (especialmente orgânicos) podem reter umidade. Fique atento para não regar em excesso um vaso que foi recentemente adubado – cheque se o substrato está seco antes da próxima rega, como de costume.
Observação pós-adubação: nas semanas seguintes, observe seu cacto. Sinais positivos incluem brotos novos, coloração verde mais intensa, eventuais florações (dependendo da época). Mas fique de olho também em sinais de excesso ou falta de nutrientes: se notar partes amareladas, crescimento muito lento ou nenhum efeito, pode ser falta de adubo; se notar manchas marrons secas nas pontas ou um crescimento meio deformado e rápido demais, pode ser sinal de excesso. Nesse caso, suspenda adubações e faça uma ou duas regas mais abundantes (sem encharcar) para “lavar” o excesso de sais do solo.
Seguindo essas práticas, adubar cactos deixa de ser um bicho de sete cabeças. Basta lembrar de adubar somente quando a planta está em fase ativa, usar o produto certo na dose certa, e priorizar a saúde das raízes. Com o tempo, você encontrará a rotina ideal para suas plantas, já que cada ambiente e cada espécie de cacto pode reagir de forma um pouco diferente.
Erros Comuns na Adubação de Cactos (e Como Evitá-los)
Mesmo com todas as dicas, é fácil escorregar em alguns erros clássicos. Confira os erros mais comuns ao adubar cactos e veja como não cometê-los:
Exagerar na dose (superadubação): O pensamento “se um pouco de adubo faz bem, o dobro fará ainda melhor” é um engano perigoso. Excesso de fertilizante pode queimar as raízes e até matar o cacto. Muitas vezes, o sintoma do exagero é um crescimento rápido demais, porém fraco e deformado (etiolado), seguido de declínio da planta. Além disso, nutrientes em excesso se acumulam como sais no solo, dificultando a absorção de água e causando desequilíbrio osmótico. Como evitar: sempre meça a dose, use colheres dosadoras ou seringas para líquidos, e prefira adubar com menos do que a dose máxima recomendada. Lembre-se que cactos armazenam nutrientes e água; uma pequena dose já é suficiente para meses.
Frequência muito alta: Relacionado ao item anterior, adubar com muita frequência também sobrecarrega a planta. Cactos não precisam ser adubados toda semana – isso é ótimo para verduras, mas não para suculentas espinhosas. O resultado de adubações muito frequentes é semelhante: solo saturado de nutrientes e planta estressada. Como evitar: respeite os intervalos recomendados (quinzenal, mensal ou trimestral, conforme o tipo de adubo). Se tiver usado um adubo de liberação lenta, não saia adicionando adubo líquido toda semana – aguarde o tempo de liberação se cumprir.
Adubar na época errada: Fornecer nutrientes quando a planta está dormindo (ou seja, no frio ou em pleno estresse de calor, dependendo da espécie) é desperdiçado e possivelmente prejudicial. No inverno, o cacto não vai usar o fertilizante, que pode se acumular no solo ou estimular um novo crescimento inadequado e frágil. Como evitar: adube apenas na época de crescimento (primavera/verão, ou conforme o ciclo da espécie). Suspenda adubações no inverno e em períodos de dormência ou estagnação de crescimento.
Não adubar nunca (falta de nutrientes): O oposto também é um erro – achar que cactos “vivem de ar e luz” e nunca fornecer nada além de água. Sem nutrientes, o cacto pode sobreviver por um bom tempo, mas ficará atrofiado, pálido e fraco com os anos. Folhas e caules podem amarelar por deficiência, o crescimento praticamente para e dificilmente haverá floração. Como evitar: mesmo que parcamente, forneça algum nutriente ao longo do ano. Se você é do time que esquece, use ao menos um adubo de liberação lenta no início da temporada. Ou lembre de renovar o substrato do vaso a cada 1 ou 2 anos, pois a terra nova geralmente tem nutrientes. O importante é não deixar o cacto passar “fome” indefinidamente.
Usar o adubo errado: Isso inclui aplicar fertilizante inadequado para cactos, como um adubo de gramado (rico em nitrogênio) ou adubos foliares muito fortes. Adubos com nitrogênio alto tendem a estimular um crescimento "gordinho" e aquoso nos cactos, deixando-os mais sujeitos a fungos e apodrecimento. Outro erro é usar apenas matéria orgânica que retém umidade (como muito húmus) em espécies desérticas – o substrato encharcado pode apodrecer as raízes. Como evitar: use fertilizantes próprios para cactos e suculentas ou fórmulas equilibradas/baixas em nitrogênio. Nunca aplique doses pesadas de ureia, NPK alto (como 20-20-20) ou esterco fresco em cactos. Se for testar adubos diferentes, faça primeiro em um exemplar menos valioso para ver a reação.
Aplicar adubo em condições inadequadas: Dois cenários comuns: adubar com o solo completamente seco (o que queima raízes, conforme já explicamos) ou adubar um cacto desidratado/estressado achando que isso vai “reviver” a planta. Se a planta está muito desidratada, a seiva parada pode sofrer choque osmótico com o adubo concentrado. Outro erro é adubar plantas recém-plantadas ou recém-adquiridas antes delas se estabelecerem – isso pode piorar o estresse do transplante. Como evitar: garanta que a planta esteja hidratada e saudável antes da adubação. Hidrate um cacto murchinho com água pura primeiro, espere recuperação, e só depois adube levemente. Após replantios, aguarde algumas semanas para adubar, dando tempo às raízes se recuperarem. E, claro, jamais adube uma planta com sinais de apodrecimento ou doença ativa – trate o problema primeiro.
Evitar esses erros vai ajudar seus cactos a aproveitarem o melhor da adubação. Em caso de dúvida, lembre-se da regra de ouro: menos é mais. É preferível adubar pouco e corrigir deficiências com o tempo, do que adubar demais e ter de lidar com um cacto intoxicado (o que muitas vezes é irreversível). Com prática e observação, você ganhará confiança para nutrir seus espinhosos com sabedoria.
Perguntas Frequentes sobre Adubação de Cactos
Cactos realmente precisam de adubo?
Sim. Embora cactos consigam sobreviver em solos pobres, fornecer adubo de vez em quando ajuda muito na saúde da planta. Sem nenhum nutriente extra, o cacto pode até viver, mas não vai se desenvolver plenamente – terá crescimento lento, menos brotos, cor apagada e pouca ou nenhuma floração. No cultivo em vasos, os nutrientes do substrato acabam com o tempo, então é importante repô-los para que o cacto floresça e cresça saudável. Em resumo: cactos precisam de adubo em pequenas doses, principalmente na fase de crescimento ativo, para viverem e não apenas sobreviverem.
Qual é o melhor fertilizante (NPK) para cactos?
Não existe uma única fórmula “mágica”, mas em geral recomenda-se evitar adubos com nitrogênio excessivo. Fórmulas equilibradas ou com proporção menor de N servem bem. Por exemplo, um NPK 10-10-10 diluído é ótimo para manutenção geral, enquanto fórmulas do tipo 4-14-8 são indicadas para estimular flores (nitrogênio baixo, fósforo e potássio altos). Muitos fertilizantes específicos para suculentas têm razão aproximada de 1-1-2 ou 2-7-7, justamente para garantir crescimento compacto e incentivar floração. O importante é que seja um adubo completo (tenha N, P, K e idealmente micronutrientes). Se usar um NPK comum, prefira algo entre 5-10-10 e 10-10-10. Evite fertilizantes de jardim muito ricos em nitrogênio (como fórmula para gramado) – esse excesso de N pode deixar o cacto inchado, frágil e propenso a apodrecer. Em suma: adubos balanceados ou específicos para cactos são o melhor caminho.
Com que frequência devo adubar meus cactos?
Durante a temporada de crescimento (primavera e verão), geralmente uma vez por mês é suficiente para a maioria dos cactos. Algumas espécies menores ou menos exigentes podem ser adubadas só a cada 2 meses. Se estiver usando adubo químico diluído na água, muitos cultivadores fazem adubações leves a cada 15 dias – mas nesse caso, dilua bastante (meia dose) e alterne com regas sem adubo. Adubos orgânicos podem ser reaplicados de 2 em 2 meses, aproximadamente, já que liberam lentamente. Já adubos de liberação lenta, em geral, duram de 3 a 6 meses no vaso, então basta repor após esse período. Lembre-se de não adubar no outono/inverno, quando a planta está em repouso. Portanto: adube mensalmente na época quente (ou conforme instruções do seu adubo) e dê férias do fertilizante na época fria.
Posso usar o mesmo adubo para cactos e outras suculentas?
Sim! Cactos são suculentas (toda família dos cactos é um tipo de suculenta). Os fertilizantes rotulados para “suculentas” em geral servem perfeitamente para cactos. Inclusive, muitos produtos no mercado vêm como “Adubo para Cactos e Suculentas” combinados. Portanto, você pode usar o adubo das suas echeverias, por exemplo, nos seus cactos também. Só fique atento às dosagens, pois cactos de crescimento mais lento talvez precisem de doses menores ou menos frequentes do que algumas suculentas de folha (como as crássulas). Mas de modo geral, adubo para suculentas = adubo para cactos. Apenas aplique seguindo as necessidades específicas de cada planta.
Posso adubar cactos no inverno?
Não é recomendado. No inverno a grande maioria dos cactos entra em período de dormência ou crescimento muito lento, especialmente em regiões de clima mais frio. Adubar nessa época não traz benefício – a planta não vai absorver direito os nutrientes, que podem se acumular no solo. Pior, se o substrato ficar úmido e rico em nutrientes, isso pode favorecer fungos e apodrecimento de raiz num cacto dormente. O ideal é fazer a última adubação no final do verão ou início do outono e depois parar. Retome a adubação na primavera seguinte, quando o cacto “acordar” e retomar o crescimento. A única situação em que se aduba no inverno é para espécies que têm crescimento de inverno (alguns cactos de clima desértico que florescem no inverno, por exemplo) – mas isso é exceção. Regra geral: nada de adubo no inverno, deixe o cacto descansar.
O que acontece se eu adubar demais um cacto?
Adubar em excesso pode causar sérios danos. Num primeiro momento, você pode notar um crescimento rápido do cacto, porém esse crescimento será desequilibrado – o caule pode ficar fino e alongado (etiolado) e tecidos muito suculentos. Logo em seguida, o cacto pode apresentar manchas marrons ou amareladas indicando queimadura química. As raízes podem ter sofrido danos e parado de absorver água, deixando a planta murchar apesar de estar em solo úmido. Outra consequência comum é o surgimento de pragas e doenças: cactos com seiva muito rica (excesso de nitrogênio) atraem cochonilhas e pulgões, e o excesso de matéria orgânica pode atrair fungos e mosquitinhos de fungo no substrato. Em casos extremos, a planta pode literalmente “cozinhar” por dentro devido ao excesso de sais e entrar em colapso. Se você suspeita que exagerou no adubo, tome medidas: lave o substrato com água (deixe escorrer bastante água pelo vaso, para remover sais), não adube mais pelos próximos meses e deixe o cacto se recuperar. A tempo, ele pode rebrotar mais equilibrado. Mas prevenção é o melhor remédio – use sempre doses baixas para evitar a superadubação.
Qual o melhor horário para adubar cactos?
Prefira adubar no início da manhã ou final da tarde, em dias amenos. Evite adubar sob sol intenso do meio-dia, pois a combinação de solo muito quente e adubo pode estressar as raízes. Adubando de manhã cedo, o cacto vai ter o dia para secar qualquer umidade excessiva com a ajuda do calor moderado e luz, sem ficar encharcado à noite. E se você adubar à tardinha, certifique-se de que a temperatura não esteja muito fria (no verão tudo bem; no inverno, como já dito, não adube). Resumindo: pela manhã em dias de cultivo ativo é uma boa escolha. Também aproveite os dias em que você já iria regar – assim você combina a rega com a adubação de forma prática.
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